Você com certeza já deve ter ouvido falar de Simone de Beauvoir. Se não, certamente em 2015 os brasileiros ficaram mais próximos de seu pensamento, considerando que ela foi citada em uma questão do ENEM. A autora escreveu e celebre frase “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino (do livro O segundo sexo, 1980)”.
Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, foi uma intelectual, escritora, professora, filósofa, ativista e feminista francesa, nascida na Paris de 1908. Seus estudos e escritas sobre a teoria feminista foram, sem dúvida, uma de suas maiores contribuições para a humanidade. Ela faleceu em 1986, deixando romances, ensaios, biografias, autobiografias, entre outros, sobre filosofia, política, sociologia e etc.
Se você desejar se aproximar de sua obra, mas não se por onde começar, talvez seja interessante dividir por temas e, assim, facilitar o início do estudo. Afinal, sua carreira reúne mais de 20 publicações. Vamos reunir alguns títulos por aqui separados por temáticas. Pode ser um bom caminho para se aventurar pelos pensamentos da autora. Seu trabalho é extenso e seria impossível retratar todos ou definir quais são mais importantes. O importante é começar e tirar suas próprias impressões.
Conheça Algumas das Produções de Simone de Beauvoir:
Velhice
No livro A Velhice (1970), Beauvoir trata sobre como os idosos são percebidos pelas sociedades. Ela compara como as civilizações antigas ou primitivas tratavam seus idosos em relação às sociedades atuais. E reflete sobre como o modo de tratamento das sociedades atuais define seus valores, que na maioria das vezes leva ao abandono, a marginalização e negligência. O convite é a mudança de pensando em busca de mais dignidade para as pessoas idosas.
Na obra A Cerimônia do Adeus (1981) o tema velhice retorna e Beauvoir fala de sua relação com Sartre, com quem viveu um relacionamento por muitos anos. Um registro sobre os últimos anos de vida dele e sobre seu luto em relação ao companheiro de discussões políticas e filosóficas.
Gênero
Em Memórias de uma moça bem-comportada (1958), a escritora discorre sobre suas relações familiares. Filha de pais burgueses, Beauvoir mostra como foi sua infância, juventude, a educação religiosa, entre outras memórias.
Os temas se misturam em A Mulher Desiludida (1967), livro de contos sobre solidão, indiferença, desigualdades e complexidades da vida, sobretudo no seu fim – a velhice. A Convidada (1943), primeiro romance de Beauvoir, as relações entre homem e mulher também são retratadas. O livro descreve um relacionamento ameaçado de um casal pela presença permanente de uma jovem em sua casa. A mulher, então, para preservar sua relação com o homem precisa encontrar uma forma de livrar-se da outra.
Feminismo
Pode-se dizer que as questões sobre feminismo sempre fizeram parte dos pensamentos de Beauvoir, mas a obra O Segundo Sexo (1949) foi um divisor de águas para a temática, para o seu trabalho intelectual e para o movimento feminista dos anos 70. É, certamente, seu livro mais conhecido, pioneiro nos estudos sobre as mulheres e no modo como são tratadas pelas sociedades. Possui 935 páginas, foi traduzido para mais de 30 idiomas e publicado em vários países. O objetivo é tratar das inúmeras construções sociais desenvolvidas em torno da figura feminina, em todas as dimensões – sexual, psicológica, social e política.
Às vezes, determinado autor ou autora são tão famosos que nos sentimos intimidados para iniciar sua obra. Parece que escreveram algo que não poderemos compreender, ou que já foi tão comentado que basta ler uma resenha na internet para entender, de modo geral, o que foi produzido. Não caia nessa! Leia da fonte, interprete a partir de seus conhecimentos. Pode ser uma experiência muito boa refletir por si só.
Boas leituras!