Poema Sobre Amizade Fernando Pessoa

Fernando António Nogueira Pessoa, conhecido somente como Fernando pessoa, nasceu em 13 de junho do ano de 1888, em Lisboa. Ele foi um dos mais importantes poetas da língua portuguesa, além de tradutor, filósofo, astrólogo, ensaísta, dramaturgo, publicitário, inventor, crítico literário, empresário, correspondente comercial e comentarista político.

O poeta escrevia temas voltados para a tradição de Portugal em sua maioria, apesar de ter grande intimidade da língua inglesa. Ele sempre espelhou suas reflexões pessoais em suas escritas, e suas inquietações mundanas, como o tédio e a solidão.

Biografia de Fernando Pessoa

Seus pais eram Joaquim de Seabra Pessoa e Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa. O seu pai morreu quando ele tinha apenas cinco anos, e sua mãe logo se casou de novo, com um comandante militar, chamado João Miguel Rosa.

Seu padrasto foi nomeado cônsul de Portugal em Durban, na África do Sul, e toda a família se mudaram para lá. Fernando Pessoa passou a estudar em um colégio de freiras irlandesas, o que fez se familiarizar com a língua inglesa. Quando ele possuía 14 anos a família retornou para Lisboa. No ano seguinte ele voltou para África do Sul, para frequentar a Universidade de Capetown, e em 1905 voltou para a Lisboa para cursar Faculdade de Letras, no curso de Filosofia.

Seu tempo na faculdade foi de apenas 2 anos, abandonando ela em 1907, nessa época ele já escrevia poesias e prosas, somente na língua inglesa. Apenas em 1908 ele começou a escrever em sua língua natal, português. Em 1912 se tornou crítico literário.

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa

No ano de 1915 fundou junto de outros cinco jovens, sendo Ronald de Carvalho, Almada Negreiros, Luís de Montalvor, Raul Leal e Mário de Sá-Carneiro, a revista “Orpheu”, que trazia inovações idealizadas pelo grupo, defendendo fortemente a liberdade de expressão, apesar da vida curta da revista, Fernando conseguiu publicar nela diversos de seus poemas.

Em vida, Fernando Pessoa mostrou pouco de seu talento. Ele colaborou também com a revista “Presença”, e publicou alguns poemas sob seu nome. Em 1934 ele se candidatou ao prêmio de poesia do Secretariado Nacional de Informações de Lisboa, com seu livro “Mensagem” e ficou em segundo lugar.

Ele faleceu em Lisboa, no dia 30 de novembro de 1935, devido a uma cirrose hepática. Em vida, publicou quatro obras: “35 Sonnets”, “Antinous”, “Inscriptions” e “Mensagem”. Após sua morte, foram publicadas as obras: “Poesias de Fernando Pessoa”, “Poesias de Álvaro de Campos”, “A Nova Poesia Portuguesa”, “Poesias de Alberto Caeiro”, “Odes de Ricardo Reis”, “Poemas Dramáticos”, “Poesias Inéditas I” “Poesias Inéditas II”, “Textos filosóficos, 2 v”, “Novas Poesias Inéditas”, “Poemas Ingleses Publicados por Fernando Pessoa”, “Cartas de Amor de Fernando Pessoa”, “Sobre Portugal”, “Textos de Crítica e de Intervenção”, “Carta de Fernando Pessoa a João Gaspar Simões”, “Cartas de Fernando Pessoa a Armando Cortes Rodrigues”, “Obra Poética de Fernando Pessoa”, “O Guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro”, “Primeiro Fausto”.

Fernando Pessoa E Seus Heterônimos

Fernando Pessoa era ele mesmo, e outros poetas ao mesmo tempo. Criou diversas personalidades, cada um deles com sua própria biografia e traços diferentes de escrita, cada um é um indivíduo diferente, com seu próprio mundo, tudo desenvolvido pelo autor.

Alberto Caeiro nasceu em Lisboa no ano de 1889, logo se tornou órfão e pai e mãe. Era um morador do campo, quase sem nenhuma instrução escolar. Sob esse heterônimo o autor se ligou muito a natureza, tudo para Alberto era extremamente objetivo, acreditando que os seres são simples. A linguagem é direta e simples, porém ao mesmo tempo complexa. Alberto Caeiro faleceu de tuberculose no ano de 1815.

Ricardo Reis nasceu em Portugal, na cidade de Porto, em 1887. Ele era jesuíta, e se tornou médico, definindo-se como u monarquista e latinista. Ele se exilou no Brasil por não concordar com a proclamação da República em Portugal. Admirar do clássico estudou mitologia, grego e latim. Suas obras eram harmônicas, com simetria, e elementos estoicos e epicuristas.

Bernardo Soares é considerado um semi heterônimo, sendo ele o autor do Livro do Desassossego, segundo a escrita, ele conheceu Fernando Pessoa, e deu a ele o seu livro para que ele lesse, o livro foi escrito em fragmentos.

Álvaro de Campos é o mais importante Heterônimo de Fernando Pessoa, nascido em Tavira, em Portugal, no dia 15 de outubro de 1890, estudou Engenharia Naval na Escócia, porém sentia que não nasceu para trabalhar em escritórios. O heterônimo possui temperamento rebelde, um poeta moderno, e seus poemas mostram inconformismo.

Abaixo segue um poema do autor sobre amizade, e um trecho do livro Desassossego, que aborda o mesmo tema.

Poema do Amigo

Ilustração de Dois Amiguinhos

Ilustração de Dois Amiguinhos

Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.

E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias…

Fernando Pessoa

“Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado um com o outro. Cada um me contou a narrativa de porque se haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a razão. Não era que um via uma coisa e o outro outra, ou que um via um lado das coisas e outro um lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao do outro, mas cada um via uma coisa diferente, e cada um, portanto, tinha razão. Fiquei confuso desta dupla existência da verdade. “ Livro do Desassossego. Vol.II. Fernando Pessoa.

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