Diálogo e Liberdade de Opinião

Há muito tempo, o ser humano pisou nesse planeta sem muita ambição, querendo, apenas, um local para poder descansar e, também, caçar com tranquilidade. E assim foi, por muitos e muitos anos, até que, um dia, ele se deu conta que poderia e que era necessário que ele se organizasse e virasse uma sociedade totalmente estabilizada e com valores a se seguir, tanto no campo da ética quanto no campo da moral. Felizmente, os valores sempre buscam se renovar com o tempo, e, mesmo com a resistência de uma parcela da civilização, tais mudanças nos valores passam a ser inevitáveis. Um exemplo é a união civil de pessoas do mesmo sexo: visto como aberração há não muito mais do que 10 anos atrás, hoje já é uma realidade que está sendo mais aceita, graças aos trabalhos de conscientização às pessoas.

Estamos no século XXI, em 2018. Um século que está sendo marcado pela grande evolução tecnológica que a sociedade vem recebendo, com inovações saindo em prazos cada vez menores. Essa mudança pode ser notada muito bem pelos casos dos smartphones: há três anos (eu disse há apenas três anos), era comum que os lançamentos “bombásticos” de celulares, que continham uma grande evolução tecnológica embarcada, acontecesse apenas uma vez por ano. Hoje, temos lançamentos de celulares quase que todo o mês, sendo que o a janela de lançamento agora baixou para seis meses.

E, com tamanho acesso à tecnologia e à internet, ficou mais fácil às pessoas a procurarem sobre os mais diversos assuntos, desde religiosos, passando aos políticos e chegando ao entretenimento nosso de cada dia. E, como se sabe, ninguém é igual a ninguém, e as opiniões, como se espera, são sempre diferentes.


O Brasil, como se sabe, está vivendo um verdadeiro alvoroço, com divergências cada vez mais conhecidas no que se fala em opiniões, sendo que esse “alvoroço” teve início com o último pleito presidencial, que se deu em 2014, e com os capítulos que se seguiram. Confira:

Eleição 2014

Em 2014, o Brasil sediou a Copa do Mundo, e depois, aconteceram as importantes eleições, para definirem diversos cargos. Dentre esses cargos, o mais alto do executivo, que era a Presidência da República. De um lado, a presidente Dilma Rousseff buscava a reeleição, de outro, o candidato do PSDB, Aécio Neves, propunha uma reformulação no governo. E, assim, se deu a eleição mais apertada da história do Brasil: 51% para Dilma Rousseff e 48% para Aécio Neves no segundo turno. Naquela época, os discursos presentes nos debates nas redes sociais envolviam muito embasamento histórico, tendo, também, ofensa entre pessoas que não seguiam as mesmas ideologias. Por exemplo, ficou bastante claro a briga entre a esquerda e a direita, sendo a primeira representada pelo PT, e a segunda, pelo PSDB. A chamada polarização ficou bastante acentuada, com diversos tipos de opiniões acerca dos dois lados. Percebe-se que a esquerda foi a que mais, digamos assim, foi massacrada, muito por conta da sua sobrevivência no poder por mais de 10 anos, bem como, os problemas que atingiram os governos de Rousseff e Lula.

Com isso, diversos artistas e intelectuais começaram a emitir a sua opinião, e, também, as suas preferências. Isso serviu não só para conhecer o posicionamento político de tais pessoas, mas, também, para iniciar debates e, em alguns casos, infelizmente, brigas muito pesadas.

Estamos vivendo em uma república, numa democracia que ainda não é totalmente plena. Por conta disso, a liberdade de expressão pode ser realizada. Munidos desse argumento, alguns artistas não sentem medo sobre uma possível represália das outras pessoas caso sua opinião política não agrade. Mas, em alguns casos, essas estratégias não estão saindo como esperado. Muitas pessoas deixam de seguir alguém que ela tenha admirado por muito tempo, justamente por conta do posicionamento político dessa pessoa.  Em alguns casos, inclusive, é a própria empresa onde esses artistas trabalham fazem com que as opiniões políticas sejam abafadas. É o caso da Rede Globo, maior emissora do país e segunda maior do mundo, onde a mesma orienta seu casting (principalmente de jornalistas) de não se pronunciar diretamente sobre as suas posições políticas em época de eleição.

Outros, no entanto, não levam essa determinação a sério. Um exemplo desse tipo, que não está ligado com política: Em 2015, um fato histórico aconteceu: a apresentadora Xuxa Meneghel, que, praticamente, virou a cara da Globo dentre os anos 1980 e 2010, trocou a emissora dos Marinho pela Record. E, quando estreou pela nova emissora, em agosto do mesmo ano, a sua antiga casa proibiu que seus artistas comentassem ou mencionassem a estreia da rainha dos baixinhos no canal da Barra Funda. Mas muita gente não acatou a essa regra, felicitando a artista pela nova etapa em sua carreira. Ou seja, a liberdade de expressão, nesse caso, fora sufocada por questões contratuais e, também, pessoais.

Um outro exemplo de que a liberdade de expressão não é respeitada é o caso do cantor Chico Buarque, que é um dos expoentes da música brasileira, é defensor ferrenho do Partido dos Trabalhadores e, consequentemente de Lula, que se encontra preso atualmente. Por conta de seu posicionamento político, o músico é hostilizado em vários locais, por pessoas que não aceitam a ideologia política que o cantor segue.

Ou seja, a liberdade de expressão é uma coisa muito boa, que foi trabalhada no mundo com o intuito, realmente, de fazer a diferença nos debates do país, para conseguir agregar algo que realmente possa fazer o bem e promover um local com pluralidade de ideias. No entanto, essa expressão é ameaçada a todo momento por conta de extremismos, dos dois lados do espectro político, que podem fazer com que a sociedade caminhe para tempos sombrios. Por isso, é importante a pesquisa, o debate e, claro, a vontade de entender e procurar pontos que possam ser benéficos para os pensamentos ideológicos de cada um.

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