O Dia das Mulheres (oficialmente comemorado em 8 de março) é todo dia, afinal todo dia é dia de respeitar, promover, fortalecer e lutar por igualdade. Inclusive, todo o dia é dia de ler a obra de escritoras. Para incentivar o público a ler o que autoras escreveram, desde obras consagradas à contemporâneas, surgiu o projeto Leia Mulheres (acesse aqui), criado em 2015. Há também comunidades online dedicadas à leitura de obras escritas por autoras negras (acesse aqui).
Os encontros são presenciais e nas mídias sociais podemos acompanhar o que acontece seguindo a hashtag #LeiaMulheres. Várias cidades brasileiras já realizaram encontros aderindo ao movimento de forma espontânea.
Trata-se de um projeto extremamente importante e, do lado de cá, vamos aderir também à hashtag indicando alguns livros da escritora Clarice Lispector. Em outro texto indicamos a obra de Simone de Beauvoir.
Se você sempre teve curiosidade para conhecer a obra de Lispector, uma das autoras mais aclamadas no Brasil e citada nas redes sociais, selecionamos alguns livros para você começar.
Escolher um dos livros para presentear alguém também pode ser um bom gesto de incentivo à leitura.
Clarice Lispector
Ela foi uma escritora e jornalista, nasceu na Ucrânia e naturalizou-se brasileira — declarando-se pernambucana. Foi autora de romances, contos e ensaios, entres outras publicações, e ganhou diversos prêmios por seu trabalho. Nasceu em 1920, seu primeiro livro foi publicado em 1943 e o último em 1977, mesmo ano de sua morte. Aprendeu a ler e a escrever muito nova e nos deixou mais de 15 livros publicados.
Conheça alguns de seus trabalhos para mergulhar na obra da autora. Não se preocupe se são obras essenciais ou as mais importantes. A escolha não se baseou nessas características, mas sim em um recorte temporal, considerando suas publicações ao longo da vida.
Perto do Coração Selvagem (1953)
Em Perto do Coração Selvagem (1953), Lispector apresenta uma visão de mundo sobre a adolescência e a infância de Joana, ressaltando sentimentos que são, por vezes, interiorizados. O livro foi seu romance de estreia e ganhou o prêmio literário Graça Aranha. Ela tinha vinte anos de idade quando o escreveu e ganhou a atenção da critica na época por tratar de um tema pouco falado, com caráter existencial e estilo livre.
Laços da Família (1960)
Lispector também era jornalista e escreveu para colunas em jornais impressos. Textos que renderam uma coletânea chamada Alguns Contos e que, posteriormente, foram reunidos e publicados nesse livro. As histórias retratam pessoas comuns abaladas por suas vidas cotidianas.
A Paixão Segundo g.h. (1961)
No romance, a protagonista quebra sua rotina e começa a explorar outras experiências, para além de sua vida enquanto dona de casa e mãe. No enredo/sinopse, a narradora, que despede a empregada doméstica, decide fazer uma limpeza geral no quarto de serviço, que ela supõe imundo e repleto de inutilidades. Após recuperar-se da frustração de ter encontrado um quarto limpo e arrumado, G.H. depara-se com uma barata na porta do armário. Depois do susto, ela esmaga o inseto e decide sair de sua rotina civilizada, reconstruindo-se.
A Mulher que Matou os Peixes (1969)
Um dos livros infantis de Clarice Lispector, em que escreve com muito afeto sobre os bichos de estimação que já viveram em sua casa, entre aqueles que foram escolhidos e os que chegaram de surpresa e foram ficando. A obra é muito delicada e fala diretamente para as crianças.
A Hora da Estrela (1977)
Foi o último livro publicado de Lispector ainda em vida. O romance narra a história da datilografa alagoana Macabéa que se muda para o Rio de Janeiro e tem sua rotina narrada por um escritor chamado Rodrigo S.M. O livro aborda uma forte questão política e social, destacando o contato do imigrante nordestino com a cidade grande e as relações pessoais.
Agora que já conhece um pouco da autora, tente fazer sua própria lista. Pode ser um ótimo exercício!