Estudo de Caso
Li em uma revista quando esperava PACIENTEmente para ser atendido em um consultório médico, sobre estudo de caso de uma família com dois filhos em idade escolar e com recursos financeiros limitados. Um, já no meio de sua faculdade, defendia a teoria de que deveria primeiro terminar seu curso, para que depois o outro irmão em idade de freqüentar o pré-vestibular, pudesse ter acesso ao “cursinho”.
Legal, Não?
Como o DR/2 já estava no meio de sua jornada, se achou no direito de atrasar o irmão mais novo em pelo três anos, na melhor das hipóteses, pois o caçula poderia até desistir da empreitada quase meia década depois. Temo pela nossa índole egoísta, onde se tudo está bem comigo, “quero que o resto vá para o inferno”, plagiando um compositor da “velha Jovem Guarda”.
Sempre que posso, gosto de citar a Lei de Gérson. Cômodo eu estar “numa boa” e meu irmão de sangue estar “ralado” e jogado às traças, porque eu estava na frente. Lembra-se de alguma cultura onde para o primeiro filho tudo, e para os demais o limão?
Interessante observar que ainda vemos este tipo de conduta em nossa sociedade, bem pertinho de nós. Criticamos a ladroagem em diversas esferas, mas roubamos sem perceber, em fraternidade.
Exemplos Importantíssimos
Não notamos quando estamos sendo observados na rua, no ponto de ônibus, no supermercado etc. Também não percebemos que em muitos casos somos modelos e formadores de opinião. Você tem uma prole que absorveu boa parte de seus gestos e atitudes? Repare na conduta/gestos de seus filhos e verá que tem ali, parte dos pais, parte genética nem se fale, estou mencionando sobre atitudes. Admiramos nossos pais, inconscientemente os imitamos em muitas coisas. “Amor gera amor, violência gera violência”, alguém já disse isso antes, mas verdade seja dita, Newton fala em sua terceira lei algo sobre isso, mesmo que em outro ramo da ciência. Embora não saibamos ao certo, tem alguém nos observando, criticando ou absorvendo hábitos e conceitos que se inadequados, serão multiplicados.
Quando Ronaldo Fenômeno raspou a cabeça, lembra-se quantas crianças e pré-adolescentes o acompanharam? Percebe o tamanho da responsabilidade das ações de um sujeito destes perante o cenário nacional, ou porque não dizer, mundial?
Você e Eu
Quanto a nós prezado(a) leitor(a), não temos a abrangência de influência como o craque citado, mas podemos influenciar membros próximos, como os filhos, sobrinhos, colegas de profissão e outros. Percebendo uma inadequação ou sendo alertado, vale parar e pensar um pouquinho para se for o caso, mudar o nariz do barco para outras águas. Só pensando, avaliando, quebrando amarras, poderei ser mais digno de conviver harmoniosamente com meus pares “homo sapiens”.
Autor: Dirceu Pereira Mendonça