Grandes nomes da nossa literatura só foram reconhecidos mundialmente depois de sua morte. A maioria dos traços de nossa escrita vem todas de Portugal. A literatura e arte sempre andaram juntas em seus movimentos, mas somente no século XX com o modernismo que o Brasil finalmente se distanciou dos preceitos europeus e começou a tratar de uma maneira mais própria de sua arte.
Alguns livros virão clássicos, juntamente com eles os autores são eternizados. Quem nunca ouviu falar da história de Bentinho com Capitu em Dom Casmurro? É um dos clássicos do realismo produzidos por Machado de Assis, que felizmente ultrapassaram séculos e ainda sim são lidos hoje em dia. Alguns outros nomes são ditos na boca do povo sem nem sequer saber o quanto eles são importante, pois já se tornaram parte do nosso cotidiano.
Mas apesar de saber sobre a história, poucos leram o livro por completo, isso se deve a um linguajar mais difícil da época, além de que cada movimento exigia certas características como palavras mais rebuscadas, métricas nos poemas e outros que para nós hoje em dia não fazem tanto sentido.
Com a chegada do modernismo, a intenção das pessoas era realmente acabar com tanta rigidez, tirar o gesso das produções e tornar tanto a literatura quanto a arte, modos de se expressar sem muitas exigências. Além disso o modernismo buscava uma maior crítica de alguns acontecimentos que deixavam muito indignados, mas que a maioria não tinha coragem de dizer.
Clarice Lispector
Outro nome eternizado pela literatura brasileira, principalmente por seus romances e contos que encantaram e que até hoje são muito lidos devido a uma linguagem mais simples. Mas você sabe quem foi Clarice Lispector?
Ela era uma escritora e jornalista ucraniana, que durante a Guerra Civil Russa precisou se imigrar para o Brasil por serem judeus e perderem todas a suas coisas. Foi um período muito difícil para judeus, já que uma parte da população queria o extermínio dos judeus. Clarice nasceu em 1920 e veio para o Brasil em 1922 após o término da Primeira Guerra Mundial.
Sua família sofreu muito, sua mãe foi violada por soldados, perderam tudo. Para ela, não havia nada que a ligasse a Ucrânia, se considerando totalmente brasileira e vivendo sua vida inteira por aqui, até o ano de 1977 que veio falecer no rio de Janeiro. Para o Brasil ela realmente foi importante, superando até mesmo Franz Kafka que era outra escritora judia muito famosa.
O interessante de suas obras era a presença sempre de temas simples do cotidiano, com personagens comuns e algumas tramas psicológicos que deixavam seus textos muito cativantes. Mas quem diria que a pernambucana, que estudou direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, se tornaria escritora? Desde pequena Clarice demonstrava interesse pela literatura e começou então com a tradução de alguns manuscritos, até se tornar a grande autora que conhecemos hoje.
Sua mãe morreu quando tinha apenas oito anos e seu pai quando tinha vinte. Mas ainda sim tinha irmãs e conseguiu se estabilizar. Se tornou ícone do modernismo e algumas obras ficaram para sempre em nossa vida como Laços de Família, Um Sopro de Vida e A Hora da Estrela. Infelizmente deixou seu legado bem cedo, com apenas 57 anos por conta de um câncer de ovário.
Se tornou inspiração e por isso ainda vive em nossos corações. E para relembrarmos um pouco de algumas obras, algumas frases marcantes que nos fazem refletir:
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.” Clarice Lispector
“Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.” Clarice Lispector
“O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.” Clarice Lispector