Não há nenhum antidepressivo por mais potente que seja que consiga curar uma depressão cuja base é única exclusivamente emocional. Quando as pessoas ficam tristes por uma desilusão amorosa o melhor remédio é o tempo para esquecer. Nesse artigo veremos algumas reflexões e mensagens sobre uma questão tão profunda que afeta milhões de seres humanos.
O Problema da Solidão
A solidão tornou-se um grave problema de saúde para milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo relatórios de pesquisas, nós vemos emergir a contradição de uma explosão populacional e o aumento do isolamento social para muitos de nós.
A verdade é que um número cada vez maior de pessoas está isolado, apesar da grande expansão da tecnologia que fabricou excelentes eletrônicos para a comunicação entre os seres humanos.
Os telefones celulares, as mensagens de texto, e-mail, salas de chat e internet parecem não estar atendendo às necessidades de relacionamento interpessoal, que somente se torna efetiva quando há um contato humano real.
Tristeza Amorosa
Mas afinal, por que estamos sozinhos? Naturalmente, a necessidade do trabalho, as obrigações familiares, e as distrações intermináveis de entretenimento tecnológico rouba-nos um tempo precioso que poderia ser gasto em socialização.
Mas um problema mais fundamental pode ser a condução de muitos de nós em mundos particulares privados de amizade e principalmente do amor, quando sofremos alguma desilusão amorosa.
Para muitas pessoas, depressão e a solidão depois de uma desilusão amorosa causa uma tristeza tão grande que poderá levar o indivíduo a uma depressão profunda. Em nenhuma cultura que desvaloriza a vida, e o significado tão profundo de um relacionamento amoroso para as pessoas, poderá haver uma população feliz, na qual as pessoas não tenham tristezas amorosas.
Desde o dia em que nascemos a nossa capacidade de amar a nós mesmos, e de nos conectarmos com outras pessoas é afetada por mil barreiras pelo condicionamento cultural em que vivemos.
É por isso que quando encontramos um amor de verdade devemos preservá-lo e cuidar dele de tal forma que nunca possamos sofrer desilusões, ou pior ainda causar desilusões amorosas para alguém;
Quais são essas barreiras? São maneiras de ver a nós mesmos, aos outros e ao mundo que levam a uma sensação de separação e solidão. Uma barreira muito grande como é o hábito condicionado de julgar as atitudes e o comportamento do outro.
Os respectivos valores de educação, religião e mídia, de várias maneiras nos programam para julgar a nós próprios, e aos outros em uma perspectiva profundamente limitada. Quando perguntamos a nós mesmos: “Quem sou eu? Quem são os meus vizinhos?” as respostas que obtemos são irremediavelmente distorcidas.
O julgamento de nós mesmos ou de outras pessoas implica o conhecimento do que é “certo” e “errado”. Quando estamos no julgamento de outras pessoas, nós aceitamos os comportamentos que parecem “bons”, e condenamos aqueles que parecem “ruins”. Mas qual será a nossa base para a “bondade” discernimento ou “maldade” em uma pessoa?
Vejamos um exemplo: Quando um homem vê uma mulher jovem e atraente em um vestido provocante, ele tende a sentir-se “bem”. Quando ele vê uma mulher idosa, sem dentes e com roupas esfarrapadas, ele tende a sentir-se “mau”. Ele aceitou a mulher atraente como “bom”, e condenou a mulher idosa como “ruim”.
O exemplo acima demonstra que nossos julgamentos habituais tendem a ser errôneos. A mulher atraente é aceita como “bom”, embora ela não apresente nada em seu comportamento que seja duradouro, amoroso, significativo ou útil.
A mulher idosa é condenada como “ruim”, mesmo que ela não seja culpada de nada mais do que o declínio físico que, inevitavelmente, toca-nos a todos. Então, por que o homem acredita que a senhora atraente oferece-lhe tudo, e a mulher idosa não lhe oferece nada?
Seu pensamento é afetado por algo muito mais profundo do que mero impulso biológico. Ele só pode ver e sentir do modo como ele foi programado em toda a sua vida.
Nós todos sabemos quais são as nossas recompensas e nossos valores: atração física, status, riqueza e poder. A mídia penetra através dos meios de comunicação nas casas das pessoas de modo quase inevitável com imagens de “pessoas muito especiais”: atores fisicamente lindos, cantores, modelos e atletas.
Somos treinados para valorizar em nós mesmos e nos outro somente aquilo que não seja permanente (transitório), não seja útil, e não tenha amor. Como resultado nós vemos os desfechos de situações amorosas, cada vez mais tristes, nas quais os valores culturalmente impregnados pela cultura nos indivíduo, acabam se sobrepondo ao seu desejo de amar e ser amado.
O sistema de pensamento individual que surge a partir desses valores coletivos só poderia ser egoísmo, o que realmente não combina em nada com um amor verdadeiro. A prova disso está em toda parte. Se você já andou em um shopping ou cinema recentemente, você provavelmente sabe que é assim.
As pessoas que passam por você provavelmente não o cumprimentam com o contato visual e nem com um sorriso acolhedor e aberto. Desse modo, você provavelmente não sentiu nenhuma possibilidade de conexão com eles. Em virtude do egoísmo é que ocorrem as tristezas no amor.
Mensagens Tristes de Amor
É melhor estar triste com amor, do que alegre sem ele.
Johann Goethe
Nunca ninguém viu ninguém que o amor pusesse tão triste. Essa tristeza não viste, e eu sei que ela se vê bem…
Cecília Meireles
Minha maior tristeza é que todo novo amor que eu arrumo vem sempre com algum velho amor tão longo e bonito. E eu sofro porque com pouco tempo não consigo ser melhor que o muito tempo. E de sofrer assim e enlouquecer assim, nunca dou tempo de ser muito para esses amores porque estrago antes.
Tati Bernardi
“O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim. Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto.”
Tati Bernardi
Se em um dia de tristezas, tiveres de escolher entre o mundo e o amor… Escolhas o amor, e com ele conquiste o mundo!
Albert Einstein
Tem razão o poeta: “O amor é a coisa mais triste quando se desfaz.” É triste por causa do retrato: porque ele faz lembrar uma felicidade que se teve e que não se tem mais. O retrato é uma sepultura.
Rubem Alves
Melancolia
Maneira romântica de ficar triste.
Mario Quintana
Dialética
É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste…
Vinícius de Moraes
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais…
Vinícius de Moraes