Nós sabemos muito bem que o Brasil é um dos países mais extraordinários que esse mundão já viu. E isso é graças às grandes maravilhas naturais e culturais que esse grande país apresenta aos seus habitantes. Tudo isso é fruto de uma “colonização” que, embora teve a maior parte da história um capítulo sangrento da formação do país, permitiu que pudéssemos estabelecer o Brasil como um dos maiores países de todo o mundo. Além do tamanho continental. Já que, vários países europeus podem caber com tranquilidade dentro do nosso país, o Brasil guarda, dentro de si, uma infinita riqueza natural: diversas cadeias de natureza, rios caudalosos e, uma das principais reservas ambientais de todo o planeta: a Amazônia, uma das florestas tropicais mais importantes da reserva natural do mundo, que se estende por outros países da América do Sul, mas, em sua essência, se concentra em maior parte no Brasil.
Como um país tão grande em riquezas naturais, em território, tendo um povo tão amável, ainda não conseguiu se estabelecer como uma das maiores potência do planeta? A resposta está, justamente, na chegada dos colonizadores até a América (principalmente, nos países mais sulistas), onde o principal motivo era pra praticar a política de exploração das colônias descobertas por eles. E, então, o nosso país, que sofreu durante séculos com a escravidão, com a morte indiscriminada de nativos e de uma supremacia religiosa cristã, reflete e muito a atualidade em que estamos inserido. Aos poucos, o país vai se alinhando com os princípios de igualdade e de respeito às pessoas.
Não é preciso muito longe para perceber que o Brasil ainda reflete muito de seu passado, com a desigualdade racial, de gênero, social, entre muitas outras coisas. E, uma das maneiras para poder retratar isso é utilizando a arte ao nosso favor: os filmes nacionais são uma boa fonte de entretenimento para, ao mesmo tempo de informar, nos chocar com os enredos que mostram um pouco da realidade de algumas pessoas. E, um desses filmes que mais causou repercussão no Brasil foi, sem dúvidas, a obra “Cidade de Deus”, no qual iremos falar um pouco mais sobre nesse artigo, além de algumas curiosidades a mais. Vamos lá?
O Filme “Cidade De Deus”
O Filme “Cidade de Deus” é uma produção brasileira, que foi produzido e lançado no ano de 2002, tendo a participação da Globo Filmes, da O2 Filmes e Videofilmes, tendo por distribuidora a Lumière Brasileira. O filme nada mais é do que uma adaptação do livro de mesmo nome que foi escrito por Paulo Lins. O filme busca retratar, com detalhes, o crescimento do crime organizado na favela Cidade de Deus, comunidade que fora fundada em 1960 e que, a partir dos anos 1980, tornou-se um dos locais mais perigosos do Rio de Janeiro. Para que a história desse local fosse contada com bastante fidelidade ao que aconteceu, o filme contou com a participação de diversos personagens que, realmente, faziam parte do cotidiano da comunidade, além de atores que passaram a ter oficinas com os moradores da comunidade para poderem aprender um pouco mais sobre a vida na favela.
O protagonista, nos quais o filme se baseia a todo tempo, é Buscapé, o responsável por apresentar o filme, utilizando a narração e a perspectiva em primeira pessoa para poder apresentar os fatos corriqueiros da comunidade.
Para poder começar o filme, a pré-produção do mesmo, incluindo o início da roteirização começou cinco anos antes, em 1997. Heitor Dhalila, um renomado diretor de cinema, presenteou Fernando Meirelles com um exemplar do livro de Paulo Lins. Dhalila, vendo o grande potencial que o livro poderia apresentar, decidiu falar para Meirelles que uma adaptação deste para o cinema seria muito significativo para poder mostrar não somente ao Brasil, mas ao mundo em geral, como é a realidade em alguns locais do país.
Heitor Dhalila
Meirelles consentiu e, em reunião com Lins, fecharam a adaptação da Cidade de Deus para a o cinema. O roteiro ficou pronto de uma maneira extraordinariamente rápida, já no início do ano de 1998. Uma equipe de Meirelles ficou com uma oficina de atores com mais de quatrocentos alunos que tinham relação com a comunidade, num trabalho feito exclusivamente para o filme, num trabalho bem extenuante. Por fim, as filmagens ocorreram num período de nove semanas, que compreenderam os meses de julho e agosto do ano de 2001.
Foto do Antes e Depois do Ator que Interpretou o Personagem Zé Pequeno
O que seria mais um filme a contar um pouco da realidade de algumas pessoas, se tornou como um dos filmes brasileiros mais importantes de todos os tempos, no qual o seu sucesso se deveu muito à crítica especializada, que demonstrou que a grande sensibilidade que o filme abordou o cotidiano das pessoas. Além disso, o filme marcou o renascimento das produções cinematográficas brasileiras, que estavam em baixa por contra de problemas econômicos que assolavam o país durante os anos 1990. Vale ressaltar que o filme foi lançado num período onde a moeda estava começando a se estabilizar, abrindo precedentes para uma melhor situação financeira para todos, o que estimulou vários setores da sociedade.
O filme estreou no mês de maio de 2002, no Festival de Cannes. Uma das facilidades para o filme poder estrear no festival foi a proximidade com a Rede Globo, que tem sob sua aba a Globo Filmes, que se tornou a coprodutora do longa. Diversas referências sobre o filme foram feitas na programação da Globo, nos canais de divulgação da empresa e, também, em diversos outros festivais internacionais, o que viabilizou a divulgação do filme tanto no Brasil quando para a crítica internacional.
Passados quase vinte anos do lançamento do filme, ele ainda faz parte do imaginário das pessoas, seja ele por meio das mídias digitais, seja por meio das frases marcantes ditas pelos participantes, enfim. O filme realmente fez história. Assim como o filme “Cidade dos Homens”, que retrata a realidade dura de dois garotos de uma favela, “Cidade de Deus” também tem uma grande apelação popular, justamente por isso.
Para conferir frases de “Cidade de Deus”, confira o link disponibilizado a seguir para vocês:
