É indiscutível que a literatura tem um papel extremamente importante na nossa vida atual, não é verdade? Pois é. Só que, durante muito e muito tempo, esse tipo de atividade era relegado somente às pessoas que tinham muito dinheiro, ou seja, faziam parte da elite financeira e, consequentemente, intelectual também.
Mas como é que o “povão”, então, conseguiu um acesso mais democratizado à alfabetização? Simples: durante muito e muito tempo, os livros e demais publicações eram feitos de maneira artesanal, o que encarecia os custos e, consequentemente, só quem tinha grande poder aquisitivo era beneficiado com esse conhecimento. Mas, a partir da idade média, isso mudou: Gutenberg criou a máquina de prensa, que tinha como intuito imprimir, através da pressão, figuras ou escritos em uma superfície que permitia tal feito.
O que causou um grande frisson na distribuição de conhecimento: enquanto um livro artesanal demorava meses ou até anos para ficar pronto, com a prensa poderia ficar pronto em menos de um dia. Ou seja, o preço caiu lá para baixo, permitindo que a população começasse a ter um acesso mais facilitado Às obras. Foi daí, também, que o termo “imprensa” foi cunhado, utilizado hoje para definir os veículos de mídia, tanto impressa, televisiva ou digital.
O Brasil, apesar dos seus trancos e barrancos, teve a sorte de reunir grandes nomes da literatura durante a sua história. Uma delas, sem dúvida, é a autora Clarice Lispector, que, no nosso artigo de hoje, terá uma explanação sobre a sua vida e, posteriormente, a apresentação de frases de sua autoria sobre amor próprio.
A Escritora Clarice Lispector
Clarice Lispector é uma escritora, dramaturga e autora de origem ucraniana, mas que se estabeleceu no Brasil ainda criança e, por conta disso, se declara brasileira. Nasceu em Chechelnyk, cidade da Ucrânia, no ano de 1920. Porém, naquela época, a região passava por sérios conflitos, por conta da Primeira Guerra Mundial e, também, com consequências da Revolução Russa, que culminou, em 1922, na criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, ou seja a URSS.
Em 1922, então, para fugir dos males que esta guerra estava causando, bem como por conta da violência física e sexual que a mãe de Clarice sofreu na mão de militares russos, a família decide fugir para o Brasil. Como tinha apenas dois anos naquela época, Clarice não absorveu praticamente nada da cultura ucraniana. Ela mesma dizia que nunca tocou em solo ucraniano, por ser uma criança de colo.
Ao chegar no Brasil, o primeiro lugar que eles se estabeleceram foi em Maceió, até que, algum tempo depois, foram para o Recife, local onde Cecília passou a infância e parte da adolescência. Quando a escritora completou oito anos a sua mãe, infelizmente, veio a falecer. Muito abalado com a perda da mulher, o pai de Clarice resolve, então, tomar rumo ao sul, se instalando no Rio de Janeiro. A partir daí, Clarice começou a estabelecer sua vida estudantil e também profissional. Seu pai, porém, viera a falecer naquela cidade no ano de 1940, quando Clarice estava prestes a completar 20 anos.
A Entrada na Universidade Federal do Rio de Janeiro
Estudou para poder entrar no curso de direito oferecido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo conseguido entrar. Porém ,durante o curso, ela notou que o seu futuro estava mesmo nos livros, tendo exercido o papel de tradutora nesse período. Depois de notar o seu grande apreço pela escrita, começa a fazer uma mudança definitiva em sua realidade acadêmica: trocou o direito pelo jornalismo, tendo tido a primeira chance de publicar algo de sua autoria no mesmo ano de 1940: Eu e Jimmy, um conto que tinha uma temática feminista, centrado na relação amorosa entre um homem e uma mulher.
Clarice sentiu na pele as dificuldades relacionadas a ser mulher e a entrar em uma redação de jornal. Como ela própria disse uma vez, era necessário estabelecer relações entre as pessoas, para que conseguisse uma posição que desejava dentro da redação.
O Casamento e Filhos
Anos mais tarde, em 1943, ela se casou um colega de direito, tendo graduando-se nesse no mesmo ano, apesar de ela ter se mandado para o jornalismo desde o meio do curso. Quando conseguiu se destacar perante os outros em seu trabalho nas redações de jornais, tendo sido mandada para diversas localidades do Brasil para a realização de diversos tipos de reportagens e a publicação de inúmeros contos e demais artigos, Clarice notou, enfim, que era hora de começar a divulgar mais as suas obras.
Depois dos nascimentos de seus dois filhos, um ocorrido na Suíça e outro em Washington D.C, Clarice resolve terminar o seu casamento. Isso se dá por conta das viagens intermináveis a trabalho do seu marido, bem como, também, pelo diagnóstico suspeito de que seu filho mais velho, antes um exemplo de educação e comportamento, tenha esquizofrenia. Decidida a não mais ficar indo de um lado para outro, o que irritava ainda mais o seu filho, optou pelo desquite e passou a morar com seus dois filhos em um apartamento no Leme, no Rio de Janeiro, tendo sido esta a sua morada definitiva.
1975 E Morte
Em 1975, a escritora foi convidada a participar do Primeiro Congresso de Bruxas, que seria realizado na Colômbia. Participou do evento, apresentando a sua obra “O ovo e a Galinha” que, traduzido para o espanhol, fez muito sucesso entre as pessoas presentes no congresso. Tamanha foi a repercussão da ida de Lispector para lá que, quando ela retornou, várias fake News davam conta que ela tinha voltado ao Brasil em uma capa preta e cheio de colares com pedras bastante peculiares.
Esta foi uma das últimas viagens que Clarice realizou, já que, alguns anos mais tarde, ela fora internada com dores no abdômen. Descobriu-se que ela tinha desenvolvido um câncer no ovário que já estava em um estágio muito avançado, não tendo o que fazer mais para salvar sua vida. E, dia 9 de dezembro de 1977, ela vem a falecer em sua casa. Curiosamente, a escritora morreu na véspera de seu aniversário, quando iria completar 57 anos de idade.
No link a seguir, você vai conferir algumas frases de Lispector em relação ao amor próprio:
https://www.pensador.com/clarice_lispector_amor/2/