A poesia conhecida como poesia concreta é uma poesia de vanguarda que começou com um caráter experimental e que se concentrou mais no visual. Trata-se de uma escola poética que buscou estruturar combinar a estrutura escrita e visual para formar um poema que é muito mais visual do que falado.
Uma possibilidade de superação da forma como era visto verso dando a ele uma unidade de ritmo e forma. A poesia concreta surgiu na década de 1950 no Brasil e também teve representação na Suíça e o seu nome foi dado por Augusto de Campos numa revista chamada Noigandres (número 2), de 1955 que era publicada por um grupo de escritores. É comum que as pessoas confundam a poesia concreta com um tipo de poesia visual, mas é importante destacar que não é a mesma coisa.
O Movimento Internacional da Poesia Concreta
Antes de ser um movimento da poesia na década de 1950, o Concretismo, foi um movimento europeu das artes plásticas que se desenrolou na década de 1930 e também da música na década seguinte. A palavra ‘concreto’ era usada como uma oposição da ideia de ‘abstrato’.
A poesia concreta apareceu de maneira oficial em 1956 por meio da Exposição Nacional de Arte Concreta realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Nessa exposição houve a participação de artistas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Porém, a ideia de poesia concreta vinha se afirmando desde o começo da década de 1950.
Poesia Para Ver
No ano de 1943, o poeta Carlo Belloli, escreveu algo tido como profético: “ver tornar-se-á mais importante que ouvir”. Nesse mesmo período ele produziu uma poesia que recebeu o nome de “Testi-poemi murali” (Texto-poema mural).
Embora esses textos de Belloli sejam reconhecidos como concretos, academicamente, os primeiros textos que são listados como concretos são os que fazem parte do primeiro manifesto desse tipo de poesia, que é o Plano-piloto para poesia concreta, que teve a sua publicação em São Paulo no ano 1958. O texto tem as assinaturas dos poetas Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari e foi publicado pela primeira vez em 1952.
Em 1953 foi publicado Öyvind Fahlström, poeta brasileiro e sueco, o manifesto Manifest for konkret poesie (Manifesto da poesia concreta). Nesse documento é possível encontrar vários pontos paralelos entre o que se estava fazendo no Brasil e na Suíça.
A Poesia Concreta Pelo Mundo
A poesia concreta começou a se espalhar por vários países a partir da metade da década de 1950. Dentre os países para os quais a poesia foi estão Alemanha, Japão, Espanha, Áustria, Portugal, Islândia, Bélgica, Dinamarca, Tchecoslováquia, Itália e Finlândia entre outros.
Características
As características da poesia concreta foram bem explicitadas através do manifesto Plano-Piloto e se destacam duas distinções básicas que são a paranomásia e a diferente disposição dos elementos como vocábulos, palavras e caracteres. Como a poesia concreta usa a paranomásia de maneira a não abandonar a palavra não faz desse tipo de poesia uma poesia somente visual.
Outra característica que é apresentada nesse manifesto é o abandono do uso do verso como uma unidade rítmico-formal da poesia. Nesse contexto o espaço se torna um agente estrutural e assim deixa de se desenvolver de uma forma meramente temporal ou linear.
Verbivocovisual
A poesia concreta tem uma área linguística própria que recebeu o nome de verbivocovisual. Trata-se de um lugar em que o sistema fonético e a sintaxe analógica criam um tipo de língua própria. Basicamente se trata de uma comunicação feita sem verbalidade que não abre mão das possibilidades que a palavra lhe oferece.
Estrutura-Conteúdo
Os poetas do concretismo buscavam chegar a uma estrutura-conteúdo próprio de maneira a veicular a sua mensagem de uma maneira nada usual. A estrutura comunicará por si de maneira a complementar ou ser complementado pelo sentido que existe no texto.
Obra Não-Absoluta
A poesia concreta quer ser uma obra perene e não uma obra absoluta, uma maneira de se contextualizar na era da informação constante como os anúncios publicitários que logo cumprem a sua função são esquecidos e substituídos por outros. Nesse tipo de poesia não existe espaço para hedonismo, expressão entre outros sentimentos que visem dar maior propriedade para o poema. O poema deve ser visto como um poema que é um produto que cria problemas exatos e tenta resolvê-los. A poesia concreta assume uma postura revolucionária em 1961.
O Legado da Poesia Concreta
O concretismo, na poesia, foi um movimento de grande repercussão, inclusive mundial até o momento atual. Além disso, o concretismo gerou correntes de novos concretistas e pós-concretistas, local em que teve mais força. Os demais legados deixados por esse movimento são como a ideia de poema-processo, poesia práxis e a própria essência da redução da poesia de Paulo Leminski.
Os poetas que fizeram parte do movimento em especial Augusto e Haroldo de Campos geraram uma obra bastante vasta tanto no campo da teoria literária como da tradução. Para alguns como Ezra Pound o trabalho dos irmãos foi feito com preceitos de crítica. Os novos poetas brasileiros até o começo do século XXI se influenciaram muito com as obras dos poetas concretistas. Os especialistas acreditam que esse passeio pela poesia concreta dos novos poetas se equivale ao “ser ou não ser” dessa forma de arte no país.
Breve Resumo
Para que fique mais claro o que a poesia concreta propõe é interessante saber mais sobre as suas características principais como a eliminação do verso, o uso do espaço em branco da página para uma disposição de palavras, o uso de neologismos, exploração de aspectos sonoros, visuais e semânticos dos vocábulos entre outros.
A poesia também trabalhou com a decomposição das palavras e com as diversas possibilidades de leitura. Uma poesia que não é somente visual porque não abre mão das palavras para comunicar o que deseja. Um tipo de poesia que comunica por meio do que é verbal e também do que é visual, duas características que se unem para criar uma coisa só. Vale a pena conhecer um pouco mais sobre a poesia concreta.
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Ame ao teu proximo com a ti mesmo mesmo,assim disse nosso DEUS o todo poderoso para todo sempre amém.
Legal mas poderia ter o nome do autor.
francisco Alves Coutinho Escritor Poético