Há quem diga é acredita que ciúme é prova de amor. Porém, na verdade, ciúme é prova de insegurança, falta de confiança, carência, nunca de amor. O ciúme é uma das maiores demonstrações de insegurança que existe. Uma pessoa com ciúme é capaz de encontrar coisas que não existem simplesmente porque ela já a materializou em sua mente. E, o mais incrível disso é que entra em crise, briga por algo que ela mesma criou e, se ofende totalmente se lhe disserem que tudo não passa de um terrível engano. Pessoas ciumentas não precisam que apareça um motivo real para sentir ciúme. Porque ele já se encontra plasmado nelas. Geralmente são pessoas carentes e marcadas por desilusões em relacionamentos anteriores. O ciúme faz com que a pessoa fique analisando cada frase, cada gesto, cada olhar do parceiro (da parceira). Perde tempo procurando segundas intenções em tudo que a outra pessoa diz. Uma pessoa ciumenta não suporta que o ser amado enxergue outras pessoas. Porque cada uma pode se tornar um (uma) rival. A coisa piora ainda mais se o parceiro (a) elogia outra pessoa.
O ciumento (a) enxerga um simples aceno de mão como um convite para sair. Ciúme é também a representação de uma espécie de medo. Medo de perder. Geralmente a pessoa ciumenta permanece por bastante sozinha. Porque, o medo de perder faz com que ela hesite em arriscar. Na cabeça dela funciona mais ou menos assim: se eu não tenho não perco. Bem, um dia acaba por começar um novo relacionamento. No início parece que tudo ficará bem, até que de um momento para o outro, geralmente sem nenhuma razão aparente, começam as desconfianças e por causa delas as investigações em: celulares, emails, carteiras, etc. Depois disso, não demora muito para terem início às perguntas, indiretas, insinuações. Logo começam as brigas. Aquele que é o objeto do ciúme, no início se defende, tenta compreender o sofrimento desnecessário do outro (a). Porém, com o passar do tempo, as repetições das cenas de ciúme aumentam e o relacionamento começa a ficar difícil. Imagine receber ofensas, ouvir gritos, desaforos e não estar merecendo nada disso. Imagine, tentar conversar e não ser ouvido. Acredite, ninguém aguenta uma situação assim por muito tempo. A compreensão inicial pelas cenas de ciúme dá lugar à irritação. A vontade de estar junto deixa de existir e a pessoa, vítima do ciumento, abandona-o, terminando com o relacionamento. E é nesse momento que o indivíduo ciumento percebe o que fez.
Mas, engana-se quem pensa que ele assume a culpa pelo rompimento. Pelo término de seu relacionamento. Para o ciumento o fato de a outra pessoa terminar com o relacionamento só reforça o que ele estava pensando antes, ou seja, ele estava sendo enganado. O ciúme é um sentimento perigoso, porque ele deixa qualquer pessoa irracional. Dominado pelo ciúme, ninguém consegue raciocinar claramente. É uma situação tão absurda que muitas vezes uma pessoa que diz que ama desesperadamente outra, de repente quer destruí-la por causa de uma desconfiança, que muitas vezes não tem fundamento. E pode-se classificar essa atitude de amor? Pode-se considerar e acreditar que por amor uma pessoa queira destruir a outra? Esse sentimento pernicioso, ruim, violento, destrutivo pode ser qualquer coisa, menos amor. Ou melhor, só se for amor-próprio ferido. Uma pessoa ciumenta não consegue ser feliz inteiramente. Porque, por mais que lhe jurem amor, ela estará sempre desconfiada e investigando para ver se descobre alguma coisa errada. O mais impressionante é que ela não quer descobrir nada e nem precisa. Ainda que não seja verdade o que ela pensa, dentro de sua cabeça já está instalada a certeza da traição que está sofrendo.
O que se percebe nesse sentimento é a presença de demonstração de posse. Pessoas ciumentas são possessivas. Mas será que sempre foram assim? Será que já nasceram ciumentas? Alguns estudos demonstram que não. Algumas desenvolveram esse sentimento ainda em criança, dentro da própria família ao se sentirem rejeitados ou “trocados” por ocasião de nascimento de um irmão menor. E, a partir desse episódio, desenvolveu essa sensação de perda. Porque na verdade, perdeu um pouco dos cuidados exclusivos que tinha. Pessoas são diferentes umas das outras. Para algumas esse tipo de situação não interfere em nada. Entretanto, esse tipo de situação que às vezes nem é notado por mais ninguém, pode marcar para sempre a vida de uma pessoa. Porque ela estará sempre, de um modo inconsciente, com medo de perder. O medo de ser trocada por outra pessoa fica latente. Se você tem um pouquinho de ciúme, aquele controlado, que serve para temperar a relação, ok. Tudo bem. Porém, se você é uma dessas pessoas que sempre acabam abandonadas vítimas de seu próprio ciúme exagerado, que tal refletir um pouco? Comece fazendo uma reflexão sobre os seus últimos relacionamentos.
Quando começaram a existir dentro de você os sentimentos negativos que o ciúme carrega? Analise friamente, se depois que aconteceu o rompimento se você não percebeu o seu engano. Procure se enxergar com outros olhos, de uma forma melhor. Seja uma pessoa mais segura quanto a você mesma. Reconheça que você tem qualidades e que pode despertar em alguém um amor verdadeiro. Não tente encontrar em outra pessoa o que está faltando em você. Ter medo de perder não evita a perda. Só acelera o processo e aumenta o sofrimento. Ninguém está livre de passar por perdas, enganos, mas não se pode viver o tempo todo esperando que aconteça. Se acontecer, sofra o tempo necessário e siga em frente. Mas pode ser também que tudo dê certo. Valorize-se. Alguém que se dá valor, que se gosta, que tem a exata noção das qualidades que tem, não morre de medo de ser trocado (a) pelo primeiro (a) que aparece. Seja mais alegre, mais feliz com você mesmo (a). Se no momento você está em um relacionamento e atormentado (a) por crises de ciúme, antes de pôr tudo a perder analise claramente a situação. Não acuse sem provas. E, não procure nunca por algo que não deseja encontrar.