Quem não gosta de uma boa poesia? Mesmo aqueles que não apreciam muito ler textos grandes conseguem pegar a magia de uma poema com poucas linhas e muitos detalhes. Escrever um poema demanda criatividade e inteligência. Hoje em dia há poemas sem muitas rimas e regras de escrita, mas antigamente havia toda uma estrutura a ser seguida.
Mas O Que É Um Poema?
Os poemas são considerado artes, por conseguirem passar mensagens de uma forma mais lírica. São textos em formas de versos e estrofes. Ao longo dos períodos literários, os padrões foram se alterando. Se tornou importante principalmente durante a Grécia Antiga.
A partir da divisão dos três gêneros (lírico, dramático e épico) ficou mais claro qual tipo de gênero textual se encaixava mais em cada um, mesmo que eles ainda possam participar de outros quaisquer. Com o tempo a narrativa se tornou mais dramática e épica enquanto a lírica mais com poemas.
Nesse período que a maioria das regrinhas foram criadas como metrificação de versos que englobava rimas, ritmos, contagem silábica e até mesmo acentos. Muito dessa forma fixa inicial foi se alterando ao longo dos anos. Sendo que somente durante o modernismo no século XX que rompeu por completo a necessidade de todas essas formalidades. Atualmente os versos são livres, podendo ser feitos sem nenhum métrica.
Cada estrofe possui versos, que podem ou não ter um número exato. É uma forma de se expressar esteticamente com a língua. Dentro dos poemas há algumas variações como epopeia, soneto, haicai e rapanha, todos eles possuem estruturas e disposição de versos diferentes.
Voltando um pouco na história, os poemas eram muito utilizados em musicais, sendo a maioria deles cantados. Isso foi na época da Idade Média, assim o ritmo do poema era muito importante para se tornar uma música.
A diferença entre a poesia e o poema é na verdade o modo como as palavras tocam mais e poemas, com maior sonoridade, emoção e sensibilidade
Fernando Pessoa
Foi um grande poeta que conseguiu trazer emoção ao seus poemas através de personagens criados por ele, os famosos heterônimos. Nasceu em Portugal, mas devido a morte de seu pai, alguns anos depois sua mãe casou-se com um militar que se mudou para África do Sul quando ainda era criança.
Nasceu em 1888 no dia 13 de julho, morou em Capetown por muitos anos, onde começou a faculdade, mas não terminou voltando para Lisboa em 1905. Considerada a maior figura do modernismo na língua portuguesa, Fernando começou escrevendo somente em Inglês. Somente em 1912 que se tornou crítico em uma revista local e por isso começou a se interessar cada vez mais pela língua.
O autor também entrou no curso de Filosofia na Faculdade de letras, mas não foi até o fim. Em 1915, criou sua própria revista junto com outros mentores e nela publicou vários poemas, a revista chamava “Orpheu”. Alguns poemas famosos como “Ode Triunfal” do heterônimo Álvaro de Campos, outros nomes famosos que criou foi Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Sempre demonstrou a indignação por meio de personagens simples, tentando utilizar o máximo possível da liberdade de expressão e a emoção estética, características muito marcantes que o fizeram importante para o modernismo.
Foram muitos poemas, alguns fazendo referência a temas antigos como Os Lúsiadas, outros saudosistas, mas de toda maneira sempre com todo o sentimentalismo, tornando Fernando Pessoa “imortal”. Infelizmente faleceu com apenas 47 anos, no dia 30 de novembro de 1935.
Há certos poemas do autor que ficam memorizados por muito tempo, nem que seja por uma frase mais reflexiva, ou então mais crítica como ele tanto gostava. Principalmente quando falava de amor como o poema Presságio, escrito em 24 de abril de 1928, chamado popularmente de “O amor, quando se revela”. Há vários outros que são lindos e valem a pena de conferir.
“O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P’ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…”