Poema Gratidão Cora Coralina

O nome Cora Coralina é muito conhecido, mas o que ainda tem pessoas que não sabem é que seu nome real era na verdade Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Ela que ganhou o coração das pessoas sob o pseudônimo de Cora Coralina nasceu em uma pequena cidade do estado de Goiás, inclusive uma cidade de mesmo nome do estado que é chamada de Cidade de Goiás, isso se deu no dia 20 de agosto do ano de 1889, a poetisa e contadora de contos viveu por quase 100 anos, tendo falecido no município de Goiânia na data de 10 de abril de 1985.

A sua obra é muito rica e muito vasta apesar de que o seu primeiro livro foi publicado quando ela já tinha os seus 76 anos de vida. Cora Coralina foi uma grande mulher que viveu de maneira simples, que ao longo da sua vida seguiu na profissão de doceira, mas que em paralelo a isso nunca deixou a sua paixão pela literatura de lado, ela que escreve desde a sua adolescência, mas que demorou a ter os seus talentos reconhecidos e o seu espaço conquistado, apesar do seu reconhecimento tardio hoje ela é vista como uma das grandes escritoras brasileiras.

Cora Coralina

Os seus primeiros textos que se tem conhecimento foram escritos quando ela tinha ainda os seus 14 anos, ao longo do tempo ela foi tendo a oportunidade de realizar pequenas publicações em um lugar ou outro, mas principalmente em jornais da cidade de Goiânia. No ano de 1911 Cora Coralina se mudou para o estado de São Paulo onde passou uma boa parte da sua vida, ela viveu nas cidades de Jaboticabal (uma pequena cidade do interior paulista) e também na capital do estado São Paulo. Já em são Paulo a escritora chegou a presenciar muitas cenas históricas principalmente junto aos seus filhos, como a revolução da década de 20, a chegada de Getúlio Vargas a São Paulo, a Revolução Constitucionalista que inclusive um dos seus filhos participou.

Cora Coralina e Seus Vários Textos Escritos

Cora Coralina e Seus Vários Textos Escritos

Após ela se tornar viúva muitas coisas foram mudando na sua vida, a primeira coisa é que ela começou a vender livros, não livros publicados, mas obras sem editora mesmo. Ela morou na cidade de Penápolis, morou na cidade de Andradina, até que na data de 1956 voltou ao seu estado Goiás. Uma coisa muito bonita sobre essa poetisa é que ela diz que quando fez os seus 50 anos muita coisa mudou em sua vida, em especial ela perdeu o medo e viver com coragem pode transformar a vida de uma pessoa, ela então mergulhou de vez na sua arte de escrever, produziu muito e lançou até uma obra na qual ela mesmo declama as suas poesias.

Essa mulher que estudou apenas até a quarta série da escola escrevia com a alma, escrevia com o coração, escrevia o que sentia sem deixar de lado a sua cultura, sem ignorar todo o contexto que a fez ser quem era, as regras gramaticais nem sempre eram seguidas à risca, mas isso não era mais importante do que o sentimento e a verdade a qual ela colocava em cada uma das suas produções e obras.

Talvez a sua falta de conhecimento completo sobre a gramática foi que a fizeram escrever tanto com o coração e sempre considerando mais importante a mensagem do que a perfeição da escrita, é visível em seu trabalho que ela não foi influenciada por outros, mas sim pela sua própria criatividade, imaginação, pela sua história e o seu talento. Uma coisa que se percebe em seus trabalhos é que ela valorizava muito a simplicidade e que ela sempre considerava que esse era o caminho a ser seguido. É importante antes de ler mais do trabalho de Cora Coralina que se entenda um pouco melhor sobre a sua história para compreender a dimensão da profundidade e intensidade dos seus versos.

Poemas de Gratidão Cora Coralina: Compilado da Autora

“Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso com esperança. Penso no que faço com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir “. Semear otimismo, Cora Coralina.

“Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida. Não desistir da luta. Recomeçar na derrota. Renunciar a palavras e pensamentos negativos.

Acreditar nos valores humanos. Ser otimista. Creio numa força imanente que vai ligando a família humana numa corrente luminosa de fraternidade universal. Creio na solidariedade humana. Creio na superação dos erros e angústias do presente. Acredito nos moços. Exalto sua confiança, generosidade e idealismo. Creio nos milagres da ciência e na descoberta de uma profilaxia futura dos erros e violências do presente.

Aprendi que mais vale lutar do que recolher dinheiro fácil. Antes acreditar do que duvidar”.  Ofertas de Aninha, Cora Coralina.

“Becos da minha terra… Amo tua paisagem triste, ausente e suja. Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa. Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio. E a réstia de sol que ao meio-dia desce fugidia, e semeias polmes dourados no teu lixo pobre, calçando de ouro a sandália velha, jogada no monturo. Amo a prantinha silenciosa do teu fio de água, Descendo de quintais escusos sem pressa, e se sumindo depressa na brecha de um velho cano. Amo a avenca delicada que renasce Na frincha de teus muros empenados, e a plantinha desvalida de caule mole que se defende, viceja e floresce no agasalho de tua sombra úmida e calada”. Becos de Goiás, Cora Coralina.

“A vida tem duas faces: Positiva e negativa. O passado foi duro, mas deixou o seu legado. Saber viver é a grande sabedoria. Que eu possa dignificar minha condição de mulher, aceitar suas limitações e me fazer pedra de segurança dos valores que vão desmoronando. Nasci em tempos rudes aceitei contradições lutas e pedras como lições de vida e delas me sirvo. Aprendi a viver”. Assim eu vejo a vida, Cora Coralina.

“Enfeite a árvore de sua vida com guirlandas de gratidão! Coloque no coração laços de cetim rosa, amarelo, azul, carmim. Decore seu olhar com luzes brilhantes estendendo as cores em seu semblante. Em sua lista de presentes em cada caixinha embrulhe um pedacinho de amor, carinho, ternura, reconciliação, perdão! Tem presente de montão
no estoque do nosso coração e não custa um tostão! A hora é agora! Enfeite seu interior!
Sejas diferente! Sejas reluzente!”. Poesia de natal, Cora Coralina.

“Não sei… se a vida é curta ou longa demais para nós. Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo: é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira e pura… enquanto durar”. Saber Viver, Cora Coralina.

“Ajuntei todas as pedras que vieram sobre mim. Levantei uma escada muito alta e no alto subi. Teci um tapete floreado e no sonho me perdi. Uma estrada, um leito, uma casa, um companheiro, tudo de pedra entre pedras cresceu a minha poesia. Minha vida… Quebrando pedras e plantando flores. Entre pedras que me esmagavam levantei a pedra rude dos meus versos.” Das pedras, Cora Coralina.

“Não te deixes destruir… Ajuntando novas pedras e construindo novos poemas. Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. Esta fonte é para uso de todos os sedentos. Toma a tua parte. Vem a estas páginas e não entraves seu uso aos que têm sede”. Aninha e suas pedras, Cora Coralina.

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Categoria(s) do artigo:
Agradecimento · Frases

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