A Moral da História das Fábulas Mais Famosas – A Cigarra e a Formiga

A máxima popular que diz: Quem conta um conto, aumenta um ponto, pode muito bem ser referência para as fábulas, que assim como os enigmas e as crônicas, também é uma narrativa e, por sinal, extremamente encantadora. Visto que vem há vários séculos povoando o imaginário das crianças e, por que não, dos adultos, pois foi elaborada inicialmente para outro tipo público, tendo inclusive conotação política.

A Cigarra e a Formiga

A Cigarra e a Formiga

O Que é a Fábula?

A fábula é um texto escrito em formato de narrativa, por isso, curto e usado desde há muito tempo para se contrapor à opressão, para criticar costumes e usos da sociedade, e mesmo utilização política, motivando o povo a pensar melhor sobre as pessoas que estão no comando. Para fugir da repressão que poderia acontecer por parte de quem fosse criticado por elas, os autores, com grande esperteza, usavam muitas vezes, animais como personagens principais de suas narrativas.

Para ser considerada fábula, a narrativa deve sempre apresentar um fundo moral, sendo  utilizada principalmente com fins educativos, tornando o ensinamento bem mais simples de ser entendido. A moral instituída nas fábulas adquiriu logo vida própria, transformando-se em frases prontas, provérbios, vindas especialmente do conhecimento popular e transmitidas de boca em boca, encerrando certo ensinamento sob algum aspecto importante da vida.

Como a Fábula é Transmitida

A Fábula passou por diversas gerações sendo transmitida oralmente, principalmente por seus grandes ensinamentos, por isso, costumam haver várias versões para a mesma história, que ganha novas roupagens, principalmente em épocas e regiões diferentes do mundo. No caso, não há alguma que seja certa ou errada, já que todas elas têm o mesmo tronco, a tradição popular.

Essas narrativas permitem que toda a humanidade construa diversas explicações sobre o mundo, especialmente sobre: as relações interpessoais, que incluem defeitos, virtudes, paixões, as manifestações avassaladoras da natureza, as relações estranhas entre a humanidade e a natureza; enfim, são belas histórias que nos permitem e auxiliam que cada um de nós passe a conhecer a si próprio.

Fábula

Fábula

Qual a Moral da História     

É impossível ler a uma a uma Fábula e não saber ao final dela qual o ensinamento que  ela  transmitiu, qual a Moral da História. Cada uma das Fábulas mais conhecidas apresenta uma moral própria, como a história da Cigarra e da Formiga, por exemplo, que já foi trabalhada em diversos gêneros, inclusive em desenho, com o personagem Pica-Pau vivendo a Cigarra e muito bem por sinal. Ela traz a moral de que temos que trabalhar, para que, quando surgirem as dificuldades tenhamos onde nos amparar e que não basta viver de festa e folia.

No entanto, há diversas versões com morais diferentes para as fábulas parecidas, e, por isso, vamos apontar três sobre a Cigarra e a Formiga, todas elas com finais inusitados.

A Fábula da Cigarra e a Formiga

Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de trigo. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado completamente molhados. De repente aparece uma cigarra: “Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de trigo! Estou com uma fome danada, acho que vou morrer.”As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra os princípios delas, e perguntaram: “Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno?” “Para falar a verdade, não tive tempo”, respondeu a cigarra. “Passei o verão cantando!” “Bom… Se você passou o verão cantando, que tal passar o inverno dançando”, disseram as formigas, e voltaram para o trabalho dando risada. Moral: Os preguiçosos colhem o que merecem. (“Fábulas de Esopo” – São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004). O escritor Esopo foi um famoso contador de fábulas e todas elas resistiram ao tempo e toda a modernidade se mantendo impassíveis e mostrando ao mundo que a moral e os bons costumes são características importantes no ser humano.

Fábula Infantil

Fábula Infantil

A Fábula da Formiga Boa         

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas. Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas. A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém. Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu: tique, tique, tique…

Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.”Que quer?”, perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.”Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu…” A formiga olhou-a de alto a baixo. “E que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?” A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse. “Eu cantava, bem sabe…” “Ah!”, exclamou a formiga recordando-se. “Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?”

“Isso mesmo, era eu…” “Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraia e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre amiga, que aqui, terá cama e mesa durante todo o mau tempo.” A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol. (Monteiro Lobato – Fábulas, São Paulo, Editora Brasiliense, 1966)

A Cigarra e a Formiga – Em Formato de Cordel

Aquele que trabalha
E guarda para o futuro
Quando chega o tempo ruim
Nunca fica no escuro

Durante todo o verão
A cigarra só cantava
Nem percebeu que ligeiro
O inverno já chegava
E quando abriu os olhos
A fome já lhe esperava

E com toda humildade
À casa da formiga foi ter
Pediu-lhe com voz sumida
Alguma coisa pra comer
Porque a sua situação
Estava dura de roer

A formiga então lhe disse
Com um arzinho sorridente
Se no verão só cantavas
Com sua voz estridente
Agora aproveitas o ritmo
E dance um samba bem quente. (Cordel: Severino José, São Paulo: Editora Hedra, 2004)

O que muda verdadeiramente nas três versões que foram apresentadas é a forma com que se conta a história, a roupagem cultural que é acrescida em cada uma delas, principalmente a escolha de certas expressões linguísticas, cuja do cordel tem um toque todo abrasileirado.

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As fábulas são histórias escritas para as crianças que têm como objetivo ensinar algo. Veja no post com Mensagens de Fábulas algumas das lições mais importantes que essas obras infantis de sucesso nos trazem. Uma ideia interessante para educadores é usar essas histórias para promover peças de teatro para apresentar na escola e ensinar valores para os alunos.

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