A literatura é muito importante não só para nos fazer conhecer um pouco mais a nossa língua (e outras mais existentes), mas, acima de tudo, é uma forma de mostrar o que você pensa, com um pouco mais de criatividade e envolvimento. O número de escritores que conseguem transmitir as suas emoções por meio de publicações é muito grande. Basta ver como muitos deles são cultuados mundo afora.
E a língua portuguesa, conhecida como uma das mais complexas do mundo, felizmente é agraciada com vários escritores que construíram seu nome não só em terras lusófonas, mas em países do mundo todo. Um desses exemplos é o escritor Fernando Pessoa que, português de nascença, tinha fluência em inglês, fato este que se fez possível que ele lançasse obras tanto em português como em inglês, bem como traduzindo essas obras para a língua desejada.
Aqui no Brasil, também, possuímos um exemplo que é lembrada a todo momento, com bastante alegria e pompa: a escritora Clarice Lispector. Aqui no nosso artigo você vai conhecer um pouco mais sobre a vida e a carreira dessa incrível autora, bem como algumas frases de sua autoria que tem o intuito de fazer com que possamos refletir a nossa vida como um todo. Vamos lá?
A Vida de Clarice Lispector
Clarice Lispector, cujo nascimento foi registrada como Chaya Pinkhasovna Lispector é uma autora nascida na Ucrânia, em dezembro do ano de 1920. Além de escritora, era também jornalista, tendo sido responsável por escrever diversos livros, ensaios, contos, entre muitas outras coisas. A sua grandeza é condecorada com o título de escritora brasileira mais importante do século XX, e, também a maior escritora de origem judia desde Franz Kafka. As características mais marcantes de suas obras estão justamente em ensaios simples e psicológicos do cotidiano, onde a epifania de personagens comuns do dia a dia eram muito retratados em suas obras.
A Chegada de Lispector no Brasil
Lispector só teve o seu caminho cruzado com o do Brasil por conta dos acontecimentos na Guerra Civil Russa, que fez com que a sua família naufragasse em dívidas e ficasse sem dinheiro para poder comer. Sem saída, o pai de Lispector se viu obrigado, junto com sua esposa, a emigrar para o Brasil, local que foi ventilado na Europa como o lugar com oportunidades para todos. Infelizmente, as marcas da guerra civil da Rússia ficaram marcados na família: a Mãe de Lispector sofreu abusos sexuais de soldados russos.
Lispector chegou ao Brasil com sua família em 1922. Esse fato fez com que a escritora se reconhecesse realmente como brasileira, pois, segundo ela, nunca colocou, de fato, os seus pés no solo ucraniano, tendo sido carregada somente no colo. Para completar, além de brasileira, a escritora se considerava como pernambucana.
O Nordeste
De pronto, assim que chegaram ao Brasil, a família Lispector se instalou em Maceió, até que, depois da certeza de estabelecer vida aqui no Brasil, foram para Recife, onde Lispector passou grande parte de sua infância. Foi nessa cidade, também, que ela viera a perder a sua mãe, aos oito anos de idade. Logo depois, a família decidiu se mudar para o Rio de Janeiro, onde se fixaram definitivamente e onde o pai da escritora veio a falecer em 1940.
Mas, antes de se aventurar no mundo da escrita Lispector decidiu que tinha identificação com o direito. E, com isso, ingressou na então Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro). Só que o amor pela literatura falou muito mais alto, o que fez com que ela ingressasse nas letras por meio da tradução, o que a fez ter certeza que o seu caminho, na verdade, era outro. A partir do momento que ela entrou de corpo e alma no mundo literário, ela não se consagrou somente como escritora e autora, mas também se tornou uma exímia jornalista.
Vale a pena lembrar que, quando a família chegou à Maceió, as condições de vida deles não melhoraram. Na realidade, as condições ficaram piores. O que na verdade ajudou neste clima pesado, além das dificuldades econômicas foi o choque cultural que atingiu a todos sem exceção. Para ajudar nas condições familiares, o pai de Lispector improvisou uma série de trabalhos. Talvez, os mais importantes foram, justamente, foram as revendas de roupa que ele empreendeu aos comerciantes da região, tendo comprado primeiro essas peças nos lugares mais remotos da cidade, além de também vender cortes de linho bem como, também, ser professor de língua hebraica, tendo sido professor dos filhos de vizinhos próximos.
A partir de 1924, antes de ter ido embora para Recife, Lispector ingressou no jardim de infância, tendo os primeiros contatos com a literatura. Logo depois que se deu a sua mudança de domicílio, a mãe e as irmãs se mudaram para a cidade pernambucana, um pouco depois do seu pai, que desejava encontrar um lugar na cidade que tinha mais a ver com as culturas judias. O bairro Boa Vista foi escolhido como o domicílio da família.
1928: Decisivo
Quatro anos depois, em 1928, Clarice Lispector, enfim, começou a aprender a ler e a escrever. Foi a partir daí que ela começou, com seus primeiros rabiscos, criar peças teatrais, sendo a primeira delas a “Pobre Menina Rica” que, infelizmente, teve os primeiros capítulos perdidos. Incentivada pelos pais, Lispector entrou em contato com os maiores jornais da cidade e do estado, com o propósito de que eles pudessem publicar os seus trabalhos, inclusive o jornal “Diário de Pernambuco”.
Só que não aceitaram essa peça pois argumentavam que ela era muito fantasiosa e cheia de achismos. Ou seja: Lispector se colocava como a personagem do ensaio, o que não agradou muita gente. Mas isso não foi pretexto para que ela abandonasse a carreira de escrita.
No entanto, a partir daí Lispector não parou mais: desde o seu ingresso em Direito na Universidade do Brasil, além da mudança para outra área das humanidades e o seu desenvolvimento como escritora e jornalista, Clarice conseguiu se consolidar como uma das escritoras-referência da língua portuguesa.
No link a seguir, você pode conferir algumas frases de Lispector sobre reflexão: