O I Ching (Livro das Mutações) é um clássico texto chinês, um dos mais antigos que sobreviveram até a atualidade. O ideograma I pode ser traduzido de muitas formas e abre espaço para diversas interpretações, contudo uma das traduções mais aplicadas no ocidente é “mutação”, enquanto Ching significa clássico (nome dado por Confúcio).
Desta junção vem o nome do livro que pode ser considerado tanto como oráculo, quanto como um livro de sabedoria, estudado por eruditos, religiosos e adeptos do taoísmo. A estruturação do livro está nos hexagramas, que são representações simbólicas, usando seis linhas (Yīn ou Yáng).
Cada um destes hexagramas tem um significado próprio e, além disso, os eles representam a dinâmica das mutações (transformações) do universo e de nossas vidas. Assim, conhecer e estudar o I-Ching pode ser uma grande atividade de desenvolvimento interior e de autoconhecimento.
A Importância do I-Ching (Yì Jīng)
De acordo com esse estudo sagrado e milenar tudo está em processo constante de transformações, incluindo os seres humanos. Muitos sábios se envolveram no estudo do I-Ching (Yì Jīng) com o objetivo de compreender as leis que regem tais transformações. A partir do conhecimento da lógica que rege essas transformações é possível levar a vida com mais sabedoria.
Saber avançar no momento correto assim como parar quando isso se mostra necessário é uma forma de ter uma vida mais plena. Mover-se junto com o universo é estar em harmonia com o mesmo conquistando assim melhores resultados em nossas vidas. Os ensinamentos do I-Ching (Yì Jīng) nos guiam a compreender que somente por meio da consciência podemos interferir verdadeiramente no curso de nossos destinos.
I-Ching (Yì Jīng) – O Livro
Podendo ser chamado simplesmente de Livro das Mutações, esse é um tratado que possui textos sagrados que oferecem orientação para a razão do universo. O seu conteúdo funciona como um manual completo para que o indivíduo tenha plena compreensão do fluxo de energia que está em seu entorno constantemente. Para os estudiosos esse livro oferece para as pessoas uma possibilidade de viver com mais equilíbrio e tendo sintonia com o seu destino.
Essa é uma das obras mais longas já produzidas, para se ter uma ideia sua produção começou em 5.577 a.C. e foi até o ano de 479 a.C. Os responsáveis por esse trabalho foram quatro sábios da China: Fu Xi, Rei Wen, Duque de Chou e Confúcio.
Fu Xi – O Senhor do Grande Céu
Esse status se deve ao fato de que Fu Xi concentrou os seus estudos no céu, mas também se dedicou a entender a terra e os organismos vivos. Foi esse sábio quem criou os primeiros símbolos do I-Ching, no total 64 além de 8 trigramas e Tai Chi.
Rei Wen – Fundador da Dinastia Chou (1.121 – 256 a.C.)
Elaborou os ‘julgamentos’, comentários a respeito dos 64 hexagramas criados por Fu Xi.
Duque de Chou – Filho do Rei Wen
Foi o autor dos ‘julgamentos das linhas’ que atuam como significados das 384 linhas de cada hexagrama.
Confúcio – Kuon Tzé ou Kuon Fu Tzé
Um dos maiores nomes da filosofia na China, Confúcio viveu entre os anos de 551 e 479 a.C. sendo o autor de sete obras a respeito do I-Ching (Yì Jīng) que renderam dez volumes chamados de ‘Dez Asas’.
Dez Asas
Na obra de Confúcio são examinados 64 hexagramas com seis linhas elaborados a partir de combinações de oito trigramas. Esses hexagramas fazem uma análise dos estados de essência do universo e da natureza. A análise e julgamento das linhas são feitos a partir da interação das polaridades de Yin e Yang. São esses dois elementos, recolhimento e expansão, os responsáveis pelos movimentos que acontecem em nossas vidas. De acordo com o I-Ching (Yì Jīng) quando algo chega ao seu limite acaba por se transformar em seu oposto.
Conjunto de Conhecimentos
É importante, para entender mais concretamente a obra, dizer que os estudos do I-Ching (Yì Jīng) incluem conhecimentos de diferentes áreas como matemática, astronomia, astrologia, análise do céu entre outros. Embora seja um livro seja um ensinamento a respeito do I-Ching não pode ser confundido com o próprio I-Ching.
Como Consultar o I-Ching (Yì Jīng)
A obra conta com alguns métodos para consulta sendo que o mais popular é realizado com moedas ou varetas de milefólio. Porém, existe ainda o método de flor de laranjeira que é na verdade um oráculo que é usado de maneira mais dinâmica que pode representar uma revelação feita pelo universo, pelo céu ou pela natureza. De acordo com esse método é possível representar tudo o que acontece na vida por meio símbolos, números e imagens de maneira que não precisa do uso de varetas ou moedas.
