Durante o percurso de todas as pessoas nessa terra, durante alguns momentos, ficamos de frente com o insucesso, com o fracasso, pois ninguém é brilhantes e espetacular em todos os quesitos que administra na vida. Todos nascemos com habilidades e facilidades em alguns setores da vida e outros setores ainda necessitam ser trabalhados. Para podermos aprimorar o lado que ainda não está ideal precisamos passar por situações de desagrado e de falta de sucesso, só assim ficaremos expostos e sentiremos a vontade e necessidade de realizar mudanças e adaptações em nossa vida para podermos ajeitar o que ainda não está ideal.
Desde cedo somos levados a acreditar que a persistência das coisas que irá nos levar ao sucesso na vida. Vejamos bem, quando começamos a andar, até começarmos de maneira ideal e sem cair desastrosamente precisamos levar vários tombos e andamos de modo engraçado e todo desajeitado até construirmos um caminhar alinhado e sem danos para as articulações e postura corporal. Até escrevermos corretamente, sem trocar “s” por “z” ou escrever um “r” ao invés de dois tivemos que ser corrigidos várias vezes por nossos professores e tivemos que ler bastante. Quando crianças conseguimos aceitar mais nossos erros e perceber que eles só são oportunidades de crescermos e aprendermos ainda mais, mas quando somos mais velhos e maduros, muitas das vezes, nos martirizamos por nossas falhas e não percebemos nela oportunidade de realizar melhorias em nossas vidas. Deixamos de parar para prestar atenção para o que está nos levando ao erro e ao fracasso e vamos diminuindo nosso ritmo de crescimento e aprendizagem com a vida.
Precisamos voltar a reconhecer e ver que para todo insucesso que temos na vida aí está uma chance de recomeçarmos com força e vigor e darmos a volta por cima para acertarmos em cheio em uma segunda ou até mesmo terceira oportunidade e não precisamos achar vergonha ou humilhação nenhuma nisso. Na vida estamos constantemente aprendendo e se não nos mantivermos abertos para o aprendizado ficaremos estagnados. No aprendizado há sofrimento para poder desconstruir e reconstruir conhecimentos e precisamos estar dispostos e abertos para eles.
Há uma frase de Gandhi que diz “o ideal custa uma vida, mas vale a eternidade” nela podemos observar a afirmação da falta de plenitude e perfeição durante toda uma vida de uma pessoa, mas que a perfeição e o ideal é buscado passo a passo durante todo o percurso de uma vida, isso é o natural de qualquer ser humano.
Um filósofo que aborda bastante o aprendizado de uma pessoa e também aborda a afetividade que envolve o processo de aprendizado, chamado Wallon, discute o ciclo que todo ser humano vive na construção de seu conhecimento. Ele afirma que passamos por ciclos de momentos introspectivos e de extroversão. Os momentos introspectivos poderiam ser referentes aos momentos de nossos fracassos na vida, onde temos que desconstruir determinados conhecimentos que tínhamos fixos e como certos. Devemos reavaliá-los para construir um novo conhecimento baseado nos conhecimentos antigos mais o contato com os novos conhecimentos e a modernidade que nos rodeia e cerca.
Devemos passar a ver o insucesso de forma diferente do comum, passar a vê-lo como oportunidade e não como algo horrendo e tenebroso. Aceitar nossos momentos de falha irá permitir que enxerguemos com maior facilidade as saídas de nossa situação atual e os caminhos que nos levarão ao recomeço e sucesso na vida.
