Quando Fala o Coração…

Um dos diretores mais respeitados e reverenciados no mundo todo o inglês Alfred Hitchcock. A lista de filmes de sucesso do diretor é extensa e bem provavelmente você lembra primeiro de “Psicose”. Porém, tem outro filme de Hitchcock que merece ser constantemente relembrado.

Coração

Coração

O longa “Quando Fala o Coração” é um dos mais famosos do diretor, apesar de ainda ficar um pouco atrás de Psicose na fama. Trata-se de uma história que fala de amor, loucura e como as duas coisas podem caminhar lado a lado. Saiba mais sobre esse grande diretor e também sobre esse filme que merece estar na lista dos títulos que você vai assistir durante a vida.

A Sinopse de Quando Fala o Coração

A psicóloga dra. Constance Petersen (Ingrid Bergman) trabalha numa clínica para doentes mentais. A instituição vai mudar de direção com a substituição do dr. Alexander Brulov (Michael Chekhov) pelo dr. Edwards (Gregory Peck).

Porém, quando dr. Edwards chega a clínica surpreende os demais médicos pela sua juventude e uma série de atitudes estranhas. Constance permanece de olho nesse estranho dr e descobre que ele na verdade é um impostor que perdeu a memória e não faz ideia do que aconteceu com o verdadeiro Edwards.

Detalhes Sobre o Filme

O nome original em inglês de “Quando Fala o Coração” é “Spellbound”, algo como “tonto”. O ano de produção desse longa é 1945 e se trata de uma adaptação literária de um livro do escritor John Palmer e Hilary St. George Sander.

Curiosidades

Foi o diretor Alfred Hitchcock quem convenceu o produtor David O. Selznick a comprar os direitos da obra literária para o cinema. A quantia paga pela obra de John Palmer e Hilary St. George Sanders foi de US$ 40 mil.

O produtor deseja que o filme fosse o mais verdadeiro possível e por isso desejava que “Quando Fala o Coração” fosse baseado em algumas experiências reais de psicólogos. Para isso ele contratou um psicólogo como consultor técnico durante as filmagens do longa.

Esse filme é um dos primeiros de Hollywood a ter a psicanálise como trama principal. Depois desse filme Hitchcock repetiu a parceria com Gregory Peck em “Agonia de Amor” de 1947. Além desse longa Hitchcock trabalhou com a atriz Ingrid Bergman em mais dois longas que foram “Interlúdio” (1946) e “Sob o Signo de Capricórnio” (1949).

Quando Fala o Coração conta com uma participação mais do que especial de Alfred Hitchcock aos 40 minutos. Ele sai de um elevador Empire Hotel carregando um violino enquanto fuma um cigarro.

Outro grande nome que ajudou nesse filme foi Salvador Dali que criou a sequência do sonho. Para Hitchcock ninguém poderia criar essa sequência melhor do que o artista, inicialmente o sonho deveria parecer incompreensível para o público. Porém, depois o sonho é facilmente explicado através da psicanálise.

Numa cena em que John Ballantine e Constance Petersen esquiam a neve é na verdade flocos de milho. O roteirista Ben Hecht consultou inúmeros psicólogos para que o resultado final de “Quando Fala o Coração” fosse o mais crível, do ponto de vista da psicanálise, quanto possível.

O produtor David O. Selznick interferiu na criação da trilha do filme pedindo ao compositor Miklós Rózsa que aumentasse a orquestra de violinos de 14 para 28 obtendo um efeito parecido daquele conquistado por Franz Waxman em Rebecca, a Mulher Inesquecível (1940). O orçamento desse filme foi de US$ 1,6 milhão.

O filme “Spellbound” além da tradução do título “Quando Fala o Coração” foi chamado de “A Casa Encantada”. Esse longa foi indicado para o Oscar de melhor filme, melhor ator coadjuvante Michael Chekhov, melhor diretor para Hitchcock entre outras indicações.

Bela História

Bela História

Uma coisa interessante e bem curiosa sobre esse filme é que as cenas de confusão mental elaboradas por Salvador Dali foram um motivo de discórdia entre o diretor Hitchcock e o produtor Selznick, pois o último odiou as cenas.

Elenco e Personagens

Ingrid Bergman vive a Dra. Constance Petersen que descobre que o homem que diz ser Dr. Anthony Edwards na verdade é um impostor.

Gregory Peck interpreta o desmemoriado John Ballantine  que chega a uma clínica de doentes mentais sem saber o que aconteceu com Dr. Anthony Edwards.

Michael Chekhov nesse longa é Dr. Alexander ‘Alex’ Brulov que está deixando a direção da clínica para o Dr. Anthony Edwards.

Leo G. Carroll é Dr. Murchison na trama.

Rhonda Fleming interpreta Mary Carmichael

John Emery dá vida a Dr. Fleurot

Norman Lloyd é o Sr. Garmes

Steven Geray  interpreta Dr. Graff

Donald Curtis vive Harry

Alfred Hitchcock faz uma ponta como Homem deixando o elevador.

Ficha Técnica de Quando Fala o Coração (Spellbound, 1945)

Direção – Alfred Hitchcock

Roteiro de John Palmer (romance), Hilary St. George Sanders (romance), Angus MacPhail (adaptação), Ben Hecht (roteiro), May E. Romm (contribuição)

Gênero – Romance/Suspense

País de Origem – Estados Unidos

Duração – 111 minutos

Tipo – Longa-metragem

Características do Cinema de Hitchcock

O Suspense

O suspense criado por Hitchcock nos seus filmes é diferente do tipo de suspense que era feiro nesse período nos longas. Para começar foram feitas inovações como as posições das câmeras, nas edições mais elaboradas e claro nas trilhas sonoras que eram (para falar pouco) surpreendentes.

O clima de terror e suspense é reforçado pela trilha sonora além do uso de efeitos de luz e sombra. Um exemplo é em Psicose na cena em que somente o espectador vê a porta se entreabrir e assim espera ansiosamente pelo o que vai acontecer com o detetive enquanto esse sobe a escada.

O Vilão Inocente

Os suspenses de Hitchcock tem uma marca interessante que é a do vilão inocente, ou seja, uma pessoa inocente é acusada de ter cometido um crime ou foi condenada por isso e precisa perseguir o verdadeiro culpado. Atualmente, vemos muitos filmes que usam esse recurso de enredo, mas na época de Hitchcock isso não existia.

O Espectador Participa

Uma das inovações mais interessantes que Hitchcock trouxe para os seus filmes é de que parece que um determinado personagem sabe que o espectador está lá sentado e observando a sua vida. Um exemplo prático disso é o filme “Rear Window” (1954) em que Lars Thorwald (interpretado por Raymond Burr) confronta Jeffries (interpretado por James Stewart) com a frase “O que você quer de mim?”, mas olhando em close para o espectador.

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